segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Espetáculo Não pode Parar


Anderson

Aqui do alto do cruzeiro
Onde o vento faz a curva pra voltar com mais coragem
Vejo o sol tocando a ponta do pára-raio da cruz 
Elimino a ofensa do atrito
Atravanco o portão da ventania
Faço a caixa do mar ficar vazia
Boto um teto no vão do infinito
Para dar o pão pra os filhos
Que chegam magros da guerra 
O mensageiro do sonho
Nesse terreno que treme
Da magra mão estendida
Da paixão que grita e geme
Das curvas do firmamento
Da claridade da lua
Solidão do mundo novo
A batucada da rua 
O espetáculo não pode parar 
Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma
O espetáculo não pode parar
Há certas coisas no mundo
Que eu olho e fico surpreso
Uma nuvem carregada
Se sustentar com o peso
E dentro de um bolo dágua
Sair um corisco aceso

Cordel do Fogo Encantado

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