domingo, 11 de novembro de 2012

Novo Espetáculo: SENZALA

   Senzala é um espetáculo Africano que conta uma História onde o cenário é a própria Senzala.
Negros e negras dividem o mesmo espaço e convivem com os Açoites e a violência praticada pelo o Homem Branco.
É introduzido no espetáculo a Questão Religiosa e os Cultos aos Orixás mais Conhecidos...
Ainda Ganha espaço a Literatura e músicas que Traduzem a Alma Negra e o Sonho de Liberdade de um povo.


Era um sonho dantesco... o tombadilho,

Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...




Negras mulheres, levantando às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, assustadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba


Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!

Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

...Mas é infâmia demais...

São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,

Ó mar, por que não apagas
de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...

E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e covardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...

São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...

Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
chora e dança, ali.


ESPETÁCULO ESTREADO DIA 10/11/2012 EM ~IBITIRANGA~

domingo, 4 de novembro de 2012

O canto das Três Raças



Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor